A formação de cálculos no trato urinário é um fenômeno multifatorial que resulta de supersaturação urinária, nucleação, agregação, retenção e crescimento dos cristais.
A nutrição neste caso, vai buscar o componente predominante da dieta que esteja associado à presença dos cálculos. Entretanto, como não há apenas uma causa, outros fatores da dieta devem também sofrer intervenção, como o aumento no consumo de fluidos, fibras, frutas e hortaliças, e controlar a ingestão de sódio, gorduras, açúcares simples, proteínas, bebidas alcoólicas e purinas.
O papel de muitos nutrientes, como cálcio, oxalato, sódio, potássio, vitamina C, proteína e purinas tem sido investigado nos últimos anos, por causa dos seus efeitos sobre a excreção urinária tanto de promotores, quanto de inibidores da formação de cálculos, além da ingestão de líquidos.
Cálcio
Sua ingestão normal é mais eficaz na redução do risco de recorrências de cálculos do que uma dieta reduzida em cálcio.
Sendo assim a recomendação atual de ingestão de cálcio para pacientes litiásicos é em torno de 1000mg/dia.
Oxalato
Oxalato de cálcio é o principal componente da maioria dos cálculos renais.
O oxalato dietético está presente em grande quantidade nos alimentos de origem vegetal, porém, não é apenas a quantidade de oxalato presente nos alimentos que fazem aumentar a oxalúria, mas também sua biodisponibilidade.
O processo de cozimentos dos alimentos pode reduzir significativamente o conteúdo do oxalato solúvel. Sendo assim recomenda-se a penas evitar os alimentos extremamente ricos em oxalato ou que contenham alta biodisponibilidade e manter o equilíbrio entre o cálcio e oxalato durante as refeições.
Sódio
A recomendação para pacientes litisiáticos, em especial os hipercalciúricos é adequar a ingestão de sódio dietético.
Não utilizar quantidades excessivas de industrializados (catchup, mostarda, shoyo, etc.), enlatados (extrato de tomate, milho, ervilha, etc.), conservas (picles, azeitona, palmito etc.), frios e embutidos (salsicha, linguiça, mortadela, presunto etc.), alimentos conservados na salmoura (bacalhau, charque, carne seca, etc.), temperos prontos, sopas de pacotes e caldos concentrados em razão da elevada quantidade de sal. Preferir temperos e molhos naturais e não levar sal a mesa.
Potássio
A ingestão de alimentos ricos em potássio, como, leguminosas (feijões, ervilha, lentilha, grão de bico, soja), frutas e vegetais, pode exercer efeito protetor contra formação de cálculos.
Vitamina C
Considerada fator de risco para cálculos quando em excesso, porém, a contribuição da dieta não é tão grande quanto a dos suplementos, sendo assim não há restrição aos alimentos. Já a suplementação dessa vitamina pode ser prejudicial.
Proteína
A elevada ingestão de proteína animal contribui para hiperuricosúria, em razão da sobrecarga de purinas, para hiperoxalúria devido ao aumento da síntese de oxalato.
O consumo de proteína animal induz hipercalciúria em função da maior reabsorção óssea e menor reabsorção tubular renal de cálcio. A hipercalciúria decorre também de aumento da filtração glomerular e da sobrecarga ácida proveniente do metabolismo de aminoácidos sulfurados, metionina e cistina, presentes em proteínas de origem animal.
Maior em carnes vermelhas e ovos do que em leguminosas e grãos.
A restrição aguda ou moderada dessas proteínas reduz a excreção de oxalato, fosfato, cálcio e ácido úrico.
Purinas
Seu metabolismo final é o ácido úrico, pacientes com hiperuricosúria, devem evitar excesso de proteína animal, miúdos e vísceras, frutos do mar, alimentos ricos em purina e bebidas alcoólicas.
Líquido
Recomenda-se elevada ingestão de líquidos para aumentar volume urinário e reduzir concentrações de promotores de cristalização.
Em média 2100ml a 2,500ml por dia, devendo ser preferencialmente água, chás de frutas, flores ou ervas e sucos de frutas como limão e laranja.
Evitar bebidas alcoólicas, refrigerantes e isotônicos.