O que é a próstata?
A próstata é um órgão glandular que está localizada logo abaixo da bexiga e envolve a uretra. Ela tem a função de produzir boa parte do sêmen e tem papel na fertilidade além de auxiliar no controle miccional.
Novembro é o mês dedicado à saúde masculina. A campanha do Novembro Azul teve início na Austrália em 2003 com o intuito de conscientizar a população sobre o câncer de próstata. Este é o segundo câncer que mais acomete os homens (fica atrás apenas dos casos de câncer de pela não-melanoma). Durante a vida, um em cada 10 homens será diagnosticado com câncer de próstata. O INCA (Instituto Nacional de Câncer) estima 65.840 novos casos para 2021.
Apesar disso, apenas 1 em cada 4 homens realiza avaliações com o seu urologista regularmente.
Levantamento da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia estima que 49% dos homens nunca realizou o exame do toque retal. Se as mulheres têm a cultura de procurar um médico ginecologista desde muito jovens, os homens não têm o mesmo costume de serem acompanhados por qualquer médico e buscam ajuda apenas quando possuem algum sintoma. É necessário quebrar este paradigma e o médico urologista tem possibilidade de acompanhar os homens desde a adolescência até idades mais avançadas.
A pandemia pelo coronavírus afastou ainda mais o homem do Urologista. Dados do Ministério da Saúde em conjunto com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) mostram que houve diminuição de 33,5% de consultas urológicas em 2020.
Veja algumas das dúvidas mais comuns sobre a avaliação prostática e o câncer de próstata:
1. Quem deve ser submetido à avaliação prostática?
Todos os homens a partir dos 50 anos de idade devem fazer consultas anuais com o urologista. Caso tenham algum fator de risco para câncer de próstata, devem iniciar aos 45 anos. A avaliação básica consiste no toque retal (exame físico para avaliar a consistência da próstata) e o exame de PSA (antígeno prostático específico) que é realizado através de coleta de sangue.
2. Quem está sob maior risco de desenvolver câncer de próstata?
Familiares de primeiro ou segundo graus com câncer de próstata e a raça negra são os principais fatores de risco. Caso haja mais do que 2 familiares de primeiro grau com a doença, a chance de adoecer é 5 vezes maior.
3. Quais são os sintomas do câncer de próstata?
No início da doença, não há nenhum sintoma. Não há alteração na micção (dor, dificuldade ou sangramento) nem qualquer tipo de dor ou emagrecimento. No entanto, quando a doença avança, passa a causar sintomas por compressão local da uretra (dificuldade miccional) ou mesmo dor óssea devido às metástases.
Sendo assim, não é indicado procurar ajuda apenas quando há sintomas, pois pode ser que a doença já esteja avançada. A detecção precoce é fundamental para a cura.
4. O câncer de próstata tem cura?
Sim! Quando diagnosticado no início, enquanto a doença está restrita à próstata, há aproximadamente 85 a 90% de chance de cura através do tratamento da glândula. Isso se faz através de cirurgia ou radioterapia ou outras técnicas minimamente invasivas.
5. Se tenho sintomas urinários, eu devo estar com câncer de próstata?
Não! A principal doença masculina que causa sintomas urinários (que pode ser aumento da frequência urinária, jato miccional fraco, noctúria = aumento da frequência miccional durante a noite, urgência miccional ou mesmo incontinência urinária) é a HPB (hiperplasia prostática benigna). E há ainda doenças inflamatórias ou infecciosas como as infecções urinárias e prostatites. Todas estas condições têm tratamentos específicos e são realizados pelo urologista.
6. O câncer de próstata tem prevenção?
Apesar de não haver prevenção e a detecção precoce da doença ser fundamental para a sua cura, há alguns hábitos de vida que diminuem o seu risco: ter atividade física regular, dieta rica em verduras, frutas, legumes e pobre em gordura animal, além de evitar a obesidade.
O que é a cirurgia robótica?
É uma nova tecnologia que teve início no Brasil em 2008 com o intuito de diminuir as possíveis sequelas do tratamento cirúrgico para o câncer de próstata. Consiste em um equipamento com braços articulados e mais delicados que imitam os movimentos das mãos humanas. Apesar do termo “robótica” quem comanda estes braços articulados é o médico cirurgião (no caso do tratamento do câncer de próstata, o urologista) através de um console fora do campo cirúrgico. Sendo assim, não há nenhum tipo de movimento dos braços robóticos que não sejam comandados pelo médico. Não é um sistema autônomo.
A visão do cirurgião é tridimensional (tem melhor noção de profundidade) e ampliada. Dessa forma, facilita a identificação de estruturas permitindo uma cirurgia mais precisa.